sábado, 16 de janeiro de 2016

CREED: NASCIDO PARA LUTAR



Por Diego Betioli


2016 é um dos anos mais promissores para o cinema. Muitas expectativas para blockbusters como Guerra Civil, Deadpool, Batman v Superman, entre muitos outros. E tenho certeza que, assim como para mim, Creed sequer figurava próximo à lista de muita gente.
Pois bem. O que temos neste filme é muito mais do que um mero spin-off, como imaginei que o fosse. Creed se trata de legado, e tratando-se de legado, a franquia Rocky é praticamente hors concours. Após ver o filme, posso dizer seguramente que Creed não tem nada de spin-off: pelo contrário, é um legítimo filme de Rocky, a continuidade da série. O legado.


Pela primeira vez na franquia, Balboa não é o personagem principal, embora, obviamente, ainda tenha importância fundamental e presença ativa em toda a trama. O foco da história é em Adonis Johnson (Michael B. Jordan), filho bastardo de Apollo Creed, o maior rival e amigo de Balboa e considerado o maior pugilista americano da história. Johnson não conheceu o pai, que morreu na luta com Ivan Drago quando ele ainda sequer havia nascido. A mãe morreu cedo, e o garoto cresceu em voltas e meias à reformatórios até que foi encontrado pela esposa de Creed e adotado por ela.
Johnson teve uma vida relativamente confortável após a adoção, mas nunca deixou de lado o instinto de lutador nato e a admiração pelo legado do pai - embora sempre tenha evitado usar seu sobrenome, para que pudesse trilhar seu próprio caminho e evitasse comparações e o peso de seu nome. No entanto, cansado de evitar seus instintos naturais para a luta, decide partir em busca de seu sonho e vai à Filadélfia atrása daquele que foi o maior lutador que seu pai enfrentara: Rocky Balboa.
Claramente, a ideia de Johnson é que Rocky se torne seu mentor, mas o Garanhão Italiano reluta a ideia, ainda mais tratando-se do filho de seu melhor amigo. Rocky se julga "velho demais" para isto mas, principalmente, teme que o garoto tenha o mesmo fim que o pai levou. Mas Rocky sabe que o boxe jamais o deixará, e que Johnson é igual a ele e Apollo. Logo, o incansável campeão adota uma nova missão: a de preparar o futuro. O futuro de seu legado, do de Apollo. O futuro do boxe.


É impressionante como a história de Rocky Balboa se confunde com a do próprio Stallone. O que Rocky faz neste filme é, de certo modo, o que o próprio ator vem a fazer: preparar o terreno para as próximas gerações. Stallone, enquanto ainda vivo, sempre será e poderá ser Rocky Balboa, mas sabe que não vai durar para sempre. Por isto, embora pudesse muito bem se chamar "Rocky VII", o novo filme se chama Creed. Daqui pra frente, é Michael B. Jordan que dará continuidade a saga de Balboa nos cinemas. 
Jordan, aliás, mostra-se um ator incrível, dando carisma e profundidade a um personagem que tem a árdua missão de lutar contra e pelo legado do pai - contra por evitar usar seu nome, tentando trilhar seu próprio caminho, ao mesmo que teme manchar o legado dele, o qual tanto admira e em que se espelha. O personagem evolui especialmente à medida que se afeiçoa mais a Balboa, desenvolvendo por ele o respeito e a admiração que nunca pôde demonstrar ao pai. Do mesmo modo, Johnson se torna do mesmo modo importante para o agora velho Rocky.
Stallone ainda é o legítimo Rocky Balboa, mesmo sem precisar subir ao ringue. É nostálgico e emocionante ver o quanto há de Balboa em cada canto da Filadélfia, e o quanto é admirado e reconhecido por todos aonde passa, o que fica ainda mais evidente quando nos é mostrado o ginásio do velho Mickey, o antigo e lendário treinador de Rocky.
Apesar do destaque para Johnson e Balboa, a cantora Bianca (Tessa Thompson), vizinha do filho de Creed na trama, tem papel importante no desenvolvimento do protagonista e dá indícios de que terá relevância ainda maior em uma possível continuação. Após o término de uma luta, há uma cena que lembra um pouco Rocky e Adrian no primeiro filme...

...Não lembra?
Não é à toa que Stallone levou o Globo de Ouro como coadjuvante. Talvez nunca tenha sido tão Balboa desde o primeiro filme da série. E este filme, talvez, seja também o melhor de toda a franquia após o clássico e premiado "Rocky - O Lutador".
Por fim, vale ressaltar mais uma vez que Creed passa longe de ser apenas um spin-off. É uma belíssima homenagem à toda a franquia, à história de Rocky (são inúmeras as referências), e o início de uma nova era para a saga, que está muito bem encaminhada nas mãos de Jordan e nos punhos de Adonis Johnson. Ou Adonis Creed, se preferir.
Não obstante em ser tudo o que representa, basta dizer que este é um dos melhores filmes de boxe já feitos. As jogadas de câmera nos momentos de luta e os efeitos sonoros são incríveis, levando o expectador à sensação de que está ali no ringue, junto aos lutadores. As sequências de combate, principalmente na luta final, são de tirar o fôlego!
Extremamente recomendado aos fãs de Balboa e aos amantes do boxe. E para quem não se enquadra em nenhum dos dois, é um excelente começo.

Excelente!!!



Um comentário:

  1. Não são apenas os golpes se falamos de box, filmes Rocky Balboa são divertidos e deixar uma mensagem, eu cresci com eles, tem um dos melhores discursos que eu vi, muito reconhecimento de tudo uma história de sucesso, ganhou, fala-aperfeiçoamento, o conhecimento de nós, os sonhos que podemos alcançar, acho que em Creed filme Nascido para lutar o drama é bem dosado com uma história de amor que experiente muito bem ver o Sr. Stallone é a alma da sequela é uma jóia, eu estava à beira das lágrimas de tanta nostalgia, são tiros espectaculares lutas é uma garantia, eu recomendo.

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