domingo, 4 de outubro de 2015

CIDADES DE PAPEL


Por André Betioli

Baseado no livro homônimo do autor John Green (A Culpa é das Estrelas), esta é a segunda adaptação de uma obra literária do autor. Com uma proposta um pouco diferente da adaptação anterior, Cidades de Papel (Paper Towns, 2015), se saiu muito bem.

A trama mostra Quentin (Nat Wolff) e Margo (Cara Delevingne), amigos desde a infância, e hoje adolescentes, Quentin sempre nutriu uma paixão por ela. Margo sempre foi mais aventureira, e assim ela sempre gostava de fugas, e costumava deixar pistas para os outros a encontrarem. Certo dia ela simplesmente desaparece, e desta vez as pistas estavam lá mais uma vez e assim Quentin, acaba embarcando em uma investigação para encontrar Margo.


Ao olhar assim, a premissa parece bem básica e só por isso, já dá pra montar um pouco de como o filme vai ser do início ao fim.  E antes de assistir, havia visto muitas opiniões divergentes, uns gostaram muito e outros odiaram. E acredito que boa parte dos que acabaram não gostando, foi justamente por filme não seguir a risca essa expectativa que montamos em nossa cabeça. Mais ou menos perto da metade do longa, a coisa já se transforma e o filme fica em um ritmo e proposta um pouco diferente do começo dele. E ao meu ver, este foi o grande atrativo, pelo menos para mim.


O filme tinha tudo para ser um grande clichê. Mas quando Quentin começa sua busca por Margo, acabamos por conhecer os seus melhores amigos, Ben (Austin Abrams) e Radar (Justice Smith). E a partir deste ponto, o filme dá uma virada, porque o filme acaba se transformando de um filme só sobre um amor adolescente, para uma verdadeira jornada de auto descobrimento e amizade. Pode-se dizer que ele se torna um "road movie" adolescente.


Há certas diferenças entre o livro e o filme, e sinceramente o filme acaba por se sair melhor, pois conseguiu captar a essência da obra literária e colocá-la na tela, com mais agilidade, sem deixar cair o ritmo, que é uma coisa que acaba acontecendo no livro. O elenco está bem também, assim como a trilha sonora que ajuda a embalar a aventura. O filme também consegue fazer algumas homenagens a ícones da cultura pop como Game of Thrones e Pokémon (este momento é muito bom). Acho que a única ressalva é que os personagens poderiam ter se aprofundado um pouco mais em seus dilemas, mas isso não compromete a obra.

Não é o melhor filme do mundo, nem de longe é o pior também. A obra se torna uma grata surpresa, principalmente pelo seu final. A meu ver o filme cumpriu seu papel em mostrar um pouco da fase da adolescência, suas complicações.



 Sabe aquela expressão: " O caminho é mais importante que a chegada?" O filme consegue retratar bem isso.  Um bom filme que consegue divertir e nos fazer pensar um pouco.
 



 

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